quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Gravidez e parto

Coluna De mãe pra mãe

Confesso que fiquei muito feliz e empolgada ao receber o convite para voltar escrever em jornal impresso depois de 10 anos dedicados apenas à televisão. E mais feliz ainda quando foi aceita a idéia de escrever uma coluna voltada para as mães. A idéia de fazer desta coluna um blog veio dos amigo do twitter. Pretendo neste espaço trocar idéias e experiências para que possamos juntas dividir nossas aflições e somar as nossas conquistas. Vamos falar de gestação, nascimento, infância, adolescência enfim sobre os desafios e as alegrias de ser mãe. E para que você faça parte desta coluna eu aguardo a sua sugestão de tema, sua pergunta, suas criticas, enfim sua sugestão. Meu email é fabíolacorreiabarretos@gmail.com. Boa leitura!

Estou grávida e agora?
Por mais que a gravidez está programada o momento do positivo no resultado do exame de sangue (βHCG) é sempre um susto. Porque até então o filho é apenas um sonho ou dependendo da situação do casal nem fazia parte dos planos por enquanto. No meu caso minhas duas gestações foram programadas. Me casei em 2002 e de repente sentimos que a casa estava um pouco vazia, muito silenciosa, enfim faltava alguma coisa. A partir daí comecei a ver grávidas por todos os lados e percebi que era isso que faltava nas nossas vidas, uma nova vida. Fui à minha médica obstetra e ela me orientou a parar de tomar a pílula me pediu exames enfim ver se estava tudo bem com a minha saúde antes de engravidar. Mesmo querendo engravidar deu um medo na hora de jogar a pílula fora. Será que eu estava pronta para ser mãe? Será que conseguiria gerar e educar uma criança? Como ficaria o casamento com uma terceira “pessoa” na casa? Mesmo assim criei coragem e joguei a cartela fora. Depois disso foram inúmeras noites sem dormir, várias conversas com meu marido e com a família. Eu que já era ansiosa fiquei mais ainda! Foram 3 meses que pareciam 3 anos, cheguei a pensar que estava grávida mas o exame deu NEGATIVO, foi muito triste! Mas no mês seguinte a menstruação atrasou de novo e desta vez abri o resultado e foi POSITIVO. Me lembro claramente de tudo que aconteceu desde o momento que abri o exame até a hora que abracei meu marido e que choramos juntos essa vitória. Um choro que da minha parte misturou alegria e insegurança. Nas primeiras semanas era estranho pensar “estou grávida”, pois não tinha barriga, não tinha enjôo. Enquanto todo mundo perguntava: E aí enjoando bastante? Já teve desejos? Eu continuava a mesma Fabíola de sempre. Graças a Deus a primeira gestação foi toda assim sem enjôos e com um desejo de comer pão de soja com mel e goiaba vendida nas carriolas!!! Coisas de grávida! Minha barriga foi parecer mesmo de grávida eu já estava com 6 meses de gestação. Bom passados 4 anos desse momento, nós que nunca quisemos ter apenas um filho resolvemos que era a hora de tentar mais um. E não é que aquela insegurança na hora de jogar a pílula fora voltou a me assustar! Mas ouvi da minha médica a seguinte frase: “Chega em casa e joga a cartela fora pois se você for esperar acabar nunca vai criar coragem” foi o que eu fiz e desta vez foi apenas 1 mês e eu já tinha engravidado. Daí foi um susto mesmo, esperava que fosse depois de uns 3 ou 4 meses, afinal todo mundo fala: quem toma pílula demora a engravidar. Não acreditem! Cada organismo é diferente do outro por isso acreditem sempre na orientação médica. Já esta gestação foi bem característica mesmo, enjôo do começo ao fim, a barriga redondinha logo aos 4 meses e o desejo desta vez foi de comer goiabada cascão! No final tivemos um imprevisto comecei a ter contrações antes da hora e precisei me afastar do trabalho antes do previsto.  

Parto normal ou cesareana?
Bom passada euforia da descoberta da gravidez, os primeiros presentes e aquela vontade de saber se é menino ou menina bate outra preocupação: parto normal ou cesárea? Você escuta opiniões de toda espécie e essas experiências só fazem aumentar a dúvida. Mais uma vez a tranqüilidade veio da minha obstetra que me sugeriu não escolher o parto e sim curtir a gravidez e todos os preparativos que a cercam. “No final a gente vê como seu organismo reage e decide”, ela disse. Assim eu fiz e esperei até o ultimo momento e na 40ª semana de gestação percebemos que não poderia ter parto normal, não tive contrações e nem dilatação. A saída mais segura para mim e para o Caíque era a cesárea. Na segunda gestação não tive muita escolha, pois como já tinha passado por um parto cesárea seria arriscado que o Rodrigo nascesse de parto normal. Graças a Deus estive nas mãos de excelentes profissionais na Santa Casa e em ambos os partos correu tudo bem.                   

Do hospital para casa
No hospital estamos cercados de cuidados, as enfermeiras nos ensinam a dar banho, a cuidar do umbigo, a estimular o bebê a sugar o seio. Tudo corre muito bem apesar das dores devido à cirurgia. Aliás antes de continuar a falar da chegada em casa gostaria de lembrar o inesquecível momento do pós parto quando nos levantamos. Que sensação horrível! A visão escurece, você se sente impossibilitada de ficar em pé, precisa do apoio da enfermeira e de quem mais estiver no quarto e ainda tem gente que fala que é moleza! Só você que viveu esse momento assim como eu sabe o que é! Mas no final tudo dá certo, algumas mães conseguem tomar o primeiro banho sozinhas outras precisam de ajuda (que foi o meu caso). Bom, voltando para o momento da alta hospitalar dá aquele alívio, ufa vou pra casa! No caminho milhões de pensamentos invadem a cabeça, como por exemplo: “Como vou proteger meu filho das doenças contagiosas? Como vou saber se está frio ou calor pra ele? Que horas dar banho? E se meu leite secar?” Enfim assim vão os pensamentos da mãe principalmente no primeiro filho. E quando chegamos em casa vamos mostrar a casa os outros membros da família e enfim descansar. Bom essa parte de descansar nem sempre é possível. Alguns bebês choram, outros mamam, outros têm cólicas. Seja qual for o motivo nesses primeiros dias nosso cansaço beira a exaustão. Tenho certezas que muitas mães não tiveram tempo de comer, ir ao banheiro, tudo para dar o máximo de atenção aos pequenos. Mas apesar de todo o stresse físico e emocional desses primeiros dias é maravilhoso você olhar aquele pequeno ser e pensar: ele foi gerado dentro de mim. Agradeço a Deus por ter me concedido a graça de gerar vidas!

Bom, semana que vem continuamos a dividir experiências, mande sua história, sua foto, sua pergunta. De mãe pra mãe está apenas começando venha fazer parte dessa história. Abraços.